Principais dificuldades masculinas na hora do sexo
- tirandoacalcajeans
- 4 de mai. de 2019
- 3 min de leitura
Atualizado: 10 de jun. de 2019
Assim como os fatores biológicos e psicológicos contribuem para o desenvolvimento dos transtornos sexuais masculinos, existem outros fatores relacionados à relação do casal, tais como, falta de atração sexual pelo (a) parceiro (a), diferenças em relação ao grau de intimidade e outros problemas conjugais. A seguir, serão relatados alguns transtornos sexuais masculinos juntamente com a definição e a prevalência de cada um deles:
Transtorno do desejo sexual hipoativo: ocorre quando o indivíduo possui baixos níveis de fantasias e atividades sexuais. A prevalência desse transtorno na população masculina em geral é de 16%.
Transtorno de aversão ao sexo: forma extrema de baixo desejo sexual. Os indivíduos que sofrem desse transtorno temem e evitam todo – ou quase todo – contato sexual.
Disfunção erétil: popularmente conhecida como impotência sexual, diz respeito à incapacidade – periódica ou persistente – do homem conseguir ou manter a ereção até a finalização da atividade sexual em, pelo menos, 50% das tentativas durante a relação sexual. Essa disfunção incapacita o homem de obter ou manter ereções suficientemente rígidas para a penetração vaginal, impedindo a satisfação sexual. Aproximadamente 36 a 53% dos homens recorrem a clínicas especializadas por conta do transtorno erétil masculino.
Uma ereção normal depende do relaxamento do músculo liso do corpo cavernoso (presente no corpo do pênis), do aumento do fluxo arterial que chega ao pênis e da restrição do fluxo venoso que sai do pênis. Diversos fatores interferem negativamente nesse mecanismo e estão associados à Disfunção Erétil, tais como: hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, tabagismo, dislipidemia, doenças neurológicas, distúrbios hormonais, uso crônico de alguns medicamentos e distúrbios psicológicos. Assim, a DE pode ser considerada como marcador precoce de problemas mais graves, apresentando várias etiologias. A principal explicação para a DE é a redução da disponibilidade de óxido nítrico, um importante vasodilatador. Porém, traumas dos vasos sanguíneos e problemas de transmissão de estímulos neurológicos também podem ser a explicação para o problema. O tratamento pontual para a disfunção erétil deve ser fundamentado na sua etiologia. Existem várias linhas de tratamento, sendo medicamentos e a psicoterapia (para DE psicogênica ou mista) os de primeira escolha, associados ou não à reposição de testosterona.
Transtorno orgásmico: diz respeito à demora – persistente ou periódica – ou à ausência de orgasmo durante a estimulação sexual, considerada adequada quanto ao objetivo, intensidade e duração. É o transtorno sexual masculino menos frequente, ocorrendo entre 4 e 10% dos homens que vão em busca de atendimento especializado.
Ejaculação precoce: refere-se à ejaculação com uma estimulação sexual mínima, a qual pode ser antes, no momento, logo após a penetração ou “antes do desejado” pelo indivíduo. Este transtorno é frequente, estando presente em 36 a 38% dos homens da população geral e está presente em 20% dos homens que procuram atendimento clínico especializado.
Dispareunia: dor genital persistente ou recorrente associada à relação sexual e que não é causada exclusivamente pela falta de lubrificação. A prevalência desse transtorno nos homens é ainda desconhecida. O desconhecimento sobre a anatomia ou a fisiologia sexual contribui para o desenvolvimento de dificuldades sexuais. Nesse contexto, alguns comportamentos prévios à penetração - conhecidos como “preliminares” – são importantes para lubrificação e excitação adequadas, evitando dores durante a relação sexual.
Fator cultural: contribui para dificuldades sexuais no que diz respeito a crenças compartilhadas pelas pessoas com relação ao desempenho sexual, o que na prática se mostra impossível para a maioria de nós. Sustentamos um modelo de sexualidade pouco saudável e inadequado, baseado no desempenho e, assim, alguns indivíduos podem criar para si padrões de desempenho muito altos para a “atuação” sexual, o que contribui para o desenvolvimento de ansiedade durante a mesma e afeta respostas sexuais normais.
Déficit em habilidades: algumas pessoas podem apresentar repertório sexual limitado, no sentido de não possuírem conhecimentos de como proporcionar prazer a si mesmos e/ou ao parceiro (a). A capacidade de participar totalmente da atividade sexual diminui quando o sujeito apresenta outros problemas psicológicos que interferem na relação sexual, como por exemplo, depressão e ansiedade. Além disso, os fatores relativos ao relacionamento do casal são importantes para a satisfação e para o funcionamento sexuais.
Desse modo, levando-se em consideração que a causa desses problemas podem ocorrer devido a mais de um fator, a intervenção/tratamento deve ser feita em várias áreas também (psicologica, neurologica, endocrinológica etc) dependendo do caso
Referência
Pinheiro FT, Couto MT, Nogueira GS. Questões de sexualidade masculina na atenção primária à saúde: gênero e medicalização. Interface (Botucatu) 2011; 15(38):845-858.

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